Relatório: 18 de novembro de 2009 - mudança instrumental

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É, senhores, não só o cronograma. As próprias anotações irão mudar. Foi ficando tudo como observações breves, e nada de relatório, e eu não acho legal isto aqui ficar empoeirado assim.

Até entendo o mecanismo. Geralmente as bobeiras vem antes das coisas sérias. E isto aqui tá sério demais, por isso não tem nada.

Então vai tudo, sério e brincadeira, pra outro lugar. Tá tudo agora no Twitter. Agora são só mensagens rápidas e curtas, e telegramas. Que é pra dar tempo.

Sim, senhores. Tempo pra viver. Viver é preciso. Navegar não é preciso. E sigam-me os bons.

Desativando.
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Senhores,

pelo jeito o cronograma de nossa empreitada deverá mudar um pouco. Detalhes em breve.

Abraços
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Relatório: Sexta, 9 de outubro de 2009

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Pois bem, senhores, vamos logo com isso:

O motivo da falta de notícias é que, apesar da embarcação nunca ter tido melhor situação, os portos escassearam. A viagem tem sido contínua.

Outro motivo é o Twitter. As observações breves, pelo jeito, foram todas para lá. Não há mais brisa nem amenidades por aqui. Só o protocolo.

Então, quando é só a embarcação seguindo, a coisa se resume a isso: cotidiano. Vento e água, até chegar alguma novidade. Vento e água é sempre igual. Portos variam. Houveram várias paradas, é verdade, mas muito breves e de movimento muito intenso para dar tempo de parar e fazer um relatório. Creio que teremos uma posição de rota em breve. Por enquanto, segue.

Oficialmente aqui, portanto, é oficial. Besteira, que é a maior parte, para outro lado. Será excluído o "observações breves", o resto fica, principalmente os relatórios. O que vai baixar muito o movimento nessa parte daqui, mas fazer o que.

E vamos. Desejem-nos sorte.

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Eu achei isso muito irado:

Ok, vocês venceram

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Tá, tá bom, eu fiz um twitter. E até agora meus únicos tweets foram sobre jogo online. Assinei meu atestado de nerd.

Ainda não, senhores. Mas já vamos aportar.
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Desembarcar também é uma ciência, senhores. Só se descansa em porto seguro.
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Pois então, esbarrei com o Belchior. Mandou um abraço.
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Relatório: 13 de agosto de 2009

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Eu havia dito antes, senhores, que eu seria alguém bastante nômade este ano, e a coisa realmente está bastante bastante. Já morei em tanta casa que nem me lembro mais.

Reclamar não reclamo, não.

Dobramos a península, atravessamos o estreito, seja lá qual for o check point, mas chegamos a completar boa parte da trajetória. Agora falta meia volta para completar o círculo.
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Pois bem, senhores, como prometido, a playlist, composta de 14 músicas, todas muito boas e bacanas, e o que, ómeudeus, elas signifcam pra mim. Aqui vai:

"Fall from Grace" do Get Up Kids - Tá aqui porque eu sei cantar legal ela, modéstia à parte.
"In the clear", Cap n' Jazz - Homenagem ao punk de uma banda pós-pós-pós punk.
"In the Mirror", Nada Surf - pianinho manero pra caramba.
"Good Idea", do Sugar - "She said, she said, now that's a good idea". Ou beibê.
"Divine Hammer", do Breeders - Kim Deal, em toda sua graça.
"Inevitable", da Shakira - Ela começa pedindo desculpas porque não sabe fazer o café. Shakira que era mulher de verdade.
"Everlasting Love", Alyssa - Questão Japa.
"Drain", Choke - Hardcore puro e destilado na veia. Clássico.
"July", Mineral - Música intensa, para grandes êxtases ou tragédias. Ouço pensando nos êxtases.
"E. Texas Ave", Promise Ring - Toda hora que ouço a parte "sweets and cakes after rain" me sinto beijando na boca. Sério.
"A-list Actress" - Me amarro no som de spray depois do segundo "come take a picture".
"C'mere" e "Evil", do Interpol - Ah, pô, é Interpol.
"Daft Punk is playing in my house" - parrrdêêêê

Tem outras, mas essas deixa quieto. Divirtam-se e abraços.

Obs: Eu sei, eu preciso me atualizar. Por isso mesmo que postei.
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"Is like flowers, or ladybugs, preety weeds or red beetles with dots"

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Até segunda ordem, que eu não esqueça:

- Que um vira-lata que estava ali perto veio andando e escolheu a mim, que nunca tive bicho de estimação, pra sentar bem do lado e ficar olhando pro horizonte, como se esperasse o ônibus junto comigo.

- Que uma menininha sentada num caixote de supermercado era tão fofa que eu sorri secretamente, no que ela reparou e deu o exato mesmo sorriso, como se me achasse fofo também. Nunca deixei que ninguém me achasse fofo, a não ser essa garotinha.
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Não sei se por causa da tosquidão da proposta, não sei se pela novidade, mas tô viciado naquela halls creamy de maracujá tropical com recheio de chocolate. À venda nos melhores camelôs do ramo.

Pô perdi o episódio de ontem do som e fúria. Alguém me conta aí, favor.

Em breve playlist comentada. Agora não que eu tô sem saco.
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Já foi dito tudo o que deveria ser dito a respeito de Michael Jackson, então eu apenas cito.

Eu advirto, jogo online é droga e causa dependência.

Caminhando e cantando e seguindo a canção, senhores. Não me façam fazer um relatório agora.

Abraços.
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Pré-recomendando:


Alice do Tim Burton











Sim, o Tim Burton, aquele maluco, vai lançar um filme provavelmente maluco sobre a história infantil mais maluca e esquizofrênica que tem. Parece bom.


Besouro Mangangá















Primeiro filme brasileiro no estilo porradaria hollywoodiana. Mistura tigre e dragão com zé pequeno com van damme e coisas surreais desse gênero. Parece bom também.


Logo mais agenda cultural. Não, mentira.
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Pra animar então, todo mundo comigo:

Nunca mais eu vou dizer que essa vida me aborrece

Pânquiiiii!

Deixo pra você resolver só pra ver o que acontece

Pânquiiiii!

A menina que ilumina
toda vez que a gente vê
Ainda tenho muito que aprender com você
Uma carinha que enternece um coração de ferro

Pânquiiiii!

Um jeitinho que amolece qualquer grito ou berro

Pânquiiiii!

A menina que ilumina
toda vez que a gente vê
Ainda tenho muito que aprender com você

Fique aqui comigo vem ser meu amigo
Quero ficar com você
Na roda gigante um cachorro-quente
O que será que vai me oferecer...

E aí, tudo bom? Vai Coca de garrafinha?
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Dos motivos, parte 2

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Eu já agradeci aos senhores? Não?

Muito, muito, muitíssimo obrigado.
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Passaporte

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Diz na bíblia, lá numa parte, que quem não for como uma criança não entra no reino dos céus.

Eu, daqui de onde vejo, acho que quem não enxerga qualquer lugar que seja como uma criança, realmente não entra nele.
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Rota: De Japeri a Leblon, passando pela Tijuca, Méier, Niterói, essas coisas.

Ainda falta bastante, mas a gente chega.

Ouvindo: Cap n' Jazz - Basil's Kite
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Sim, estou vivo

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Descobri que em ônibus de viagem me sinto especialmente bem na antepenúltima ou na terceira poltrona.

E também descobri que pão de canela com passas e chá de erva doce me alimentam não só o corpo, mas a alma.

Qualquer outra descoberta significativa entraremos em contato.
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Enquanto isso no batmóvel

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Das coisas que se tem ouvido até então:

"Nome manero pra banda: Backstreet Sukita Uncles."

"Eu tenho Nestel.
(brincando) Ah, tô ligado, aquele celular da Nestlé...
(entrando na brincadeira) É...eu falo nele tomando Nescafé. Com o Nestor."

Sobre o show:
Los Hermanos - bom
Kraftwerk - chato
Radiohead - melhor que eu esperava

E com o benefício de ter pego uma gripe. Chuinf.
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Relatório: de 20 a 25 de fevereiro de 2009

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Relatório bem atrasado, eu sei, senhores. Mas creio que entendem minha condição.

Sobre o Carnaval, que me surpreendeu positivamente. 

Não há necessidade de relatar a coisa em detalhes, então apenas citarei os títulos, as participações e as datas. Vamos lá:

Sexta, dia 20

André, Luciana e cia.

"Sobre Leblon, aglomerações e primos"

Sábado, dia 21

Cícero e Beth, pequenas participações de J.O., Natan, Bozinho, Americano, etc.

"Dormir agora para aguentar depois ou Eu preciso de lounge"

Domingo, 22

Bode, Taís, Rodolfo, Mariana, Fábio

"Movimento Social Itinerante"

Segunda, 23

Bode, Taís, Rodolfo, Mariana, Fábio, Maria Clara e namorado dela gente boa que eu esqueci o nome

"Hammer Time"

Terça, 24

André, Família

"De volta ao anonimato"

Quarta, 25

Tripulação

"In the van again ou End Serenading"

Pelo que os senhores conhecem destes compêndios é desnecessário dizer o quanto foi interessante. Só tenho a agradecer.

Obs: Ah, as maravilhas de se ter um blog completamente Irrelevante...

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Relatório: 16 de fevereiro de 2009

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Já a caminho, senhores.

Não contem a ninguém.


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Relatório: 26 de janeiro de 2009

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Das rotinas de bordo às rotinas de terra firme. Não há muito o que acrescentar, senhores, salvo que a falta de tempo tem me impedido de mandar os relatórios regularmente, ainda mais com essa nova situação de comunicação escassa (sem internet).

Mas o que posso dizer? Os dias têm sido agitados, o que nem sempre quer dizer produtivos. E são exatamente esses dias que o nosso planejamento tem buscado evitar. Precisamos partir o quanto antes.

Sonhei esses dias com um lugar que eu nunca tinha visto.
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Da série: "Que que ce tava recitando?"

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Todo Anjo é terrível.
E no entanto, ai de mim, eu vos invoco,
pássaros quase mortais da alma,
sabendo como sois.

Pois nos tempos remotos de Tobias
o mais radiante dentre vós
aparecia no limiar da casa humilde,
sem intimidar,
levemente disfarçado para a viagem

jovem
que outro jovem,
curioso,
contemplava.

Adiantasse hoje em dia o Arcanjo,
a ameaça por trás das estrelas,
um passo apenas para o nosso lado:
no grande sobressalto
destruir-nos-ia
o próprio coração.

Quem sois?

Precoces perfeições,
perfil dos altos cumes,
cimos alvorecentes da criação
pólen da divindade em flor,
articulações de luz,
corredores, escadas, tronos,
recintos da essência, escudos de alegria,
tumultos de êxtases tempestuosos,
e, subitamente solitários,
espelhos
cuja beleza reflui
restituída à face que contempla.

Enquanto em nós, ai de nós, o sentir é o dissipar-se
exalamos nosso ser;
e de uma ardência a outra desvanecemos.
Alguma vez nos dizem:
"circulas no meu sangue,
este quarto, a primavera,
estão cheios de ti".
Inutilmente procuram nos reter.
Evolamos.
E aqueles que são belos, oh, quem os deteria?
A aparência transita sem descanso em seu rosto e se dissipa.
Tal o orvalho da manhã e o calor do alimento,
o que é nosso
flutua e desaparece.

Ó sorrisos, para onde?
E tu, olhar erguido,
fugitiva onda ardente e nova do coração?
Ai de nós, assim somos.

Estará o mundo impregnado de nós,
que nele nos perdemos?
E os Anjos,
retomarão apenas o que deles fluiu?
Talvez um pouco de humano se encontre às vezes em seus traços,
como o vago no rosto das mulheres grávidas.
Eles porém nada percebem,
no turbilhão do retorno a si mesmos.

Se o soubessem,
os enamorados diriam estranhas coisas no ar noturno.

No entanto, parece que tudo nos oculta.
Olhai,
as árvores são;
as casas que habitamos, resistem.
Somente nós passamos,
permuta aérea,
em face de tudo.
E tudo conspira para o nosso silêncio:
o pudor,
ou quem sabe
que indizível esperança.

Há contato entre nós.
Teríeis provas?
Às vezes minhas mãos se reconhecem
ou meu rosto gasto tenta nelas se abrigar.
Isto me dá uma certa consciência de mim mesmo.
Mas, quem, por tão pouco, ousaria ser?

Enquanto vós,
acrescidos no êxtase um do outro
até que exausto, um suplique: basta!
vós, cujas mãos descobrem a riqueza dos anos de vinho
e que vos dissolveis para que o outro domine,
eu vos pergunto:
qual o nosso segredo?

Eu sei, bem-aventurado é vosso contato,
as carícias sutilmente protegem,
retêm a duração pura;
e o amplexo,
não vos promete quase a eternidade?
Quando resistis ao sobressalto dos primeiros olhares,
à ansiosa espera na janela,
ou quando ultrapassais o primeiro passeio, juntos, num jardim:
Amantes, sois vós ainda?

Quando pousais os vossos lábios,
como taças,
oh, como se evade então,
estranhamente,
o embriagado.

Admirastes nas estelas gregas
a prudência do gesto humano?
O amor e o adeus sobre as espáduas pousavam de leve,
como se de outra matéria fossem feitos,
que nós desconhecemos.
Lembram das mãos que, sem peso, se apoiavam, apesar dos corpos vigorosos?
Senhores de nós mesmos,
nós dizíamos:
aqui estamos,
em nosso palpável domínio;
mais poderosamente que nós
os deuses podem nos premir.
Mas isso é assunto dos deuses.

Ah, encontrássemos também nós
uma estreita faixa de terra fértil,
puramente humana,
entre a torrente e a rocha!

Pois nosso coração nos ultrapassa
ontem como hoje
e é impossível saciá-lo
com figuras apaziguantes,
ou em corpos divinos
que, imensos, moderam-se.

Quem sois vós?

Qual é o nosso segredo?

Isso é "como eu li" a segunda Elegia de Duíno, que pra mim é melhor até que a primeira, que eu também li antes dessa e tá no link lá em cima. Tem a original nesse link aqui.
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